sexta-feira, 27 de agosto de 2010

“A honestidade é antipática.

As pessoas que são justas,

discretas, comportadas;

netos ao colo; casos arquivados,

não rendem literatura.

A impureza emociona.”

(Fabrício Carpinejar, em Cinco Marias)

















O Mapa

"Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(É nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso..."

(Apontamentos de História Sobrenatural)
***Mario Quintana***

Porto Alegre é demais!!
"um, dois e… quando me dou conta, já fui, me joguei

antes de contar até três disse o que não era para ser dito

fiz coisas que não era para ter feito

me arrebento rápido, nem dói de tão ligeiro

mentira, dói de qualquer jeito."

Martha Medeiros, sempre ela! 

terça-feira, 24 de agosto de 2010


"Se você acredita que ser feliz compromete seu currículo de intelectual engajado, troque por outro termo, mas não cuspa neste prato. Embriague-se de satisfação íntima e justifique-se dizendo que é um louco, apenas isso. Como você sabe, os loucos sempre encontram as portas do céu abertas.
Rita Lee, que já passou por poucas e boas, mas nunca se queixou de não ter uma vida interessante, anos atrás musicou com Arnaldo Batista estes versos: "Se eles são bonitos, sou Alain Delon/ se eles são famosos/ sou Napoleão/se eles têm três carros/ eu posso voar". Também faço da Balada do Louco meu hino, que assim encerra: "Mais louco é quem me diz que não é feliz".
Eu sou feliz."

***Martha Medeiros***

Eu também sou feliz!! Ufa não sou louca!
"De tudo ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro."
*** Fernando Sabino ***

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

“Escrevo neste instante com algum prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e explícita. De onde no entanto até sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer e logo se coagular em cubos de geléia trêmula. Será essa história um dia o meu coágulo? Que sei eu. Se há veracidade nela – e é claro que a história é verdadeira embora inventada – , que cada um a reconheça em si mesmo porque todos nós somos um e quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou saudade por lhe faltar coisa mais preciosa que ouro – existe a quem falte o delicado essencial.”  Clarice Lispector

Trecho da obra brilhante A Hora da Estrela, onde narrador e personagem se misturam. Li esse livro e fiquei encantada com a forma que Clarice utilizou para criticar alguns aspectos da sociedade. Macabéa, personagem principal, nordestina que vai parar no Rio de Janeiro, parece um ser anormal dentre os demais. Porém, no decorrer da leitura, percebi que Macabéa era uma das tantas Macabéas excluidas na sociedade. Só lendo mesmo. Fica aí a dica! Daiane de Lemos  

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

"Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos. Um filme mais ou menos, um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, se acaso, sua adoração ou seu desprezo. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia."
***Martha Medeiros***

E eu quero estremecer, desatinar, suar, gritar...enfim, viver!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Um Amigo Verdadeiro

Um amigo verdadeiro é a pessoa que te escuta nas horas difíceis, que te dá o ombro para chorar, que te faz chorar de tanto rir, que te olha com o mesmo olhar todas as vezes que te vê, que te dá colo, que te dá carinho, que te liga para dizer que não tem nada para dizer... Um amigo verdadeiro... ha, eu tenho um amigo verdadeiro! E você? Tomara. 
Daiane de Lemos

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Como eu já imaginava, hoje conseguirei falar sobre algo relevante (pelo menos para mim). Ontem na aula de Crítica Literária discutimos e ampliamos a questão da função da literatura em nossas vidas, bem como sua função com o social. Sabe-se que dar um sentido, uma definição para a literatura é algo complexo demais. Como definir todo um repertório de maravilhas, de subjetividade, de emoção, de imitação, enfim, de um conjunto pleno e diverso de produções? Realmente, a meu ver, não há palavras suficientes para tal definição. Até mesmo por que a literatura se expande e modifica-se no decorrer do tempo. Talvez, se fosse tão óbvio explicá-la, não seria literatura. Sugiro a visão de Tzvetan Todorov. Ele consegue, não definir, mas falar da utilidade da literatura e caracterizá-la de maneira forte e clara.

” Mais densa e mais eloquente que a vida cotidiana, mas não radicalmente diferente, a literatura amplia o nosso universo, incita-nos a imaginar outras maneiras de concebê-lo e organizá-lo. Ela nos proporciona sensações insubstituíveis que fazem o mundo real se tornar mais pleno de sentido e mais belo. Longe de ser um simples entretenimento, uma distração reservada às pessoas educadas, ela permite que cada um responda à sua vocação de ser humano".
Percebe-se que a literatura tem um caráter humanizador. Realmente, a partir das diversas leituras que faço, consigo ver o mundo de maneira mais agradável. Mais uma vez, deixo aqui a sugestão para trocarem a televisão por uma boa hora de leitura. Boa leitura a todos!

Daiane de Lemos

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Hoje, um dia com céu aberto e sol lindo, acordei com muita vontade de escrever. Escrever sobre coisas, escrever sobre a vida. Eis que agora vejo-me aqui, em frente ao computador, sem idéias, sem vontade. Talvez isso aconteça por eu ser de carne e osso, por eu ser “SER HUMANO”. Agora me digam, por que será que mudamos tanto no decorrer do dia? Ou isso é algo anormal, e eu sou anormal? Pode ser, mas nesse meu dilema, de ter ou não vontade de escrever, até que surgiu um texto. Coisas de Gente! Bom, hoje tenho aula de Crítica Literária, então amanhã talvez eu escreva algo mais interessante.
Daiane de Lemos

terça-feira, 10 de agosto de 2010


"Não rimarei a palavra sono
com a incorrespondente palavra outono.
Rimarei com a palavra carne
ou qualquer outra, que todas me convêm.
As palavras não nascem amarradas,
elas saltam, se beijam, se dissolvem,
no céu livre por vezes um desenho,
são puras, largas, autênticas, indevassáveis."
Carlos Drummond de Andrade

Poesia é isso. Assim como as palavras não nascem amarradas, o poeta também tem um pensamento livre e subjetivo que o faz traçar belas imagens, através de sua escrita. Daiane de Lemos

Quanto mais estudo mais irritada fico com o que a globalização tem feito nas pessoas. Ontem, na aula de Sociologia, discutimos a situação atual da economia no mundo. Vivemos em um processo podre de consumo, consumo, consumo. Compramos um sapato hoje e ano que vem compramos outro por que está mais na moda. Não percebemos o quanto é sério a situação atual. A mídia tem sua grande parcela de culpa em tudo isso. Ela nos sufoca com seu poder de introzir dentro de nossa casa todo o meio de consumo do mundo. E não para por aí. Já perceberam que Shopping Center não tem janelas?? Claro, a intenção é que as pessoas não tenham noção do horário e se percam fazendo suas compras compulsivamente. E compram tanto que acabam adquirindo a necessidade de trabalhar mais e mais. Aí, chega! Não quero estragar a semana de vocês. Talvez um outro dia volto a falar sobre isso. Mas...abram os olhos!
Daiane de Lemos

quinta-feira, 5 de agosto de 2010


Ontem foi minha primeira aula de Crítica Literária II. Há algum tempo atrás, eu já havia feito a Crítica Literária I, mas acho que a Crítica II acrescentará mais no que eu realmente amo. Começaremos estudando a Lírica. Como já deve ser notório, sou fascinada por poesia. Nesse primeiro dia de aula, tive, juntamente com uma colega, a incubência de explicar o seguinte fragmento de Garcia Lorca.
“O poeta tem de ser professor nos cinco sentidos corporais, nesta ordem: visão, tato, audição, olfato e gosto. Para ser dono das mais belas imagens tem que abrir portas de comunicação em todos eles e com muita freqüência há de superpor suas sensações e ainda disfarçar sua natureza”.
Bem, não precisei de muito esforço, pois as palavras do autor, por si mesmas, mostram que o gênero lírico valoriza os cinco sentidos humanos. A poesia tem o poder de, através da linguagem, despertar em nós as sensações subjetivas que o poeta pretende passar.
Para finalizar, deixo aqui uma poesia de Fernando Pessoa, que também traz definições da lírica e, muito mais que isso, define o ser poético. E que venha muito mais lírica por aí!

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ler é bom demais!


Quem dera as crianças nascessem lendo. Ler é o melhor remédio para curar qualquer alienação. Deixem um pouco a televisão de lado e se entreguem ao mundo secreto da leitura. Tenho certeza que a troca será muito válida. Basta um início, uma atitude. Uma ótima leitura a todos!
Daiane de Lemos

"Quando o que passou não importa mais.
Quando a conta no banco está mais ou menos, mas ainda tem as contas em dia e perspectivas de ganhar mais.
Quando acordar do teu lado é o melhor antídoto contra a vida furiosa que corre lá fora.
Quando o não-receber um bom dia de alguém que deveria ser especial não conta tanto. Cada um com seus problemas, já dizia o profeta.
Quando a canção do rádio é tão bacana que dá vontade de dançar.
Eu comprovo.
Felicidade existe!"
Lya Luft

Das utopias


"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!"
Mário Quintana

Apesar de todo mal que tenta me afligir, ando, cresço e, acima de tudo, venço.
Daiane de Lemos

Nevou, finalmente nevou em nossa terra. Queria estar em Cambará do Sul para ver o algodão doce gelado feito com tanta beleza por Deus. Não vamos reclamar do frio, vamos agradecer por termos tanta beleza ao nosso redor. Bom frio a todos!
Daiane de Lemos

segunda-feira, 2 de agosto de 2010


Hoje começo a semana com uma dor no coração e duas pessoinhas no pensamento. Sábado, Cau e Marcus Eduardo voltaram à Fortaleza. O céu chorou junto comigo. Se eu tivesse o poder de modificar as coisas, modificaria a distância que nos separam. Deus não poderia ter criado coisa mais sagrada do que a família. Amo demais minhas duas famílias, a família genética e a família que pude escolher com a Graça de Deus.

"Saudade é a dor que se sente quando se percebe a distância que existe entre o sonho e a realidade. Mais do que isto: é compreender que a felicidade só voltará quando a realidade for transformada pelo sonho, quando o sonho se transformar em realidade." Rubem Alves