terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quem tem medo de Martha Medeiros?


"Ao dobrar a esquina da Aníbal de Mendonça com Visconde de Pirajá vislumbrei a fila. Já chegava na esquina! Se inveja matasse eu teria caído ali mesmo, fulminado. Mas mantive a esperança de que houvesse algum engano. Não era possível, frequento a livraria da Travessa há anos, fica pertinho da minha casa, já fui a inúmeros lançamentos de livros ali, nunca vi uma fila alcançar a calçada.

E olha que aquela fila – aquela que eu mirava e me travava a boca com o amargor da inveja – não invadira apenas a calçada da livraria, que se situa no meio do quarteirão (o que já seria um feito inédito): a fila chegava na esquina! Metros e metros de gente amontoada e ávida! Felizes! Estavam na fila e sorriam, ansiosos. Estariam vendendo ingressos para o show do Paul McCartney na livraria? Não. Promoviam uma sessão de autógrafos de Paulo Coelho? Da autora de Harry Potter? Não, não. Fotos com o Lula? Distribuição gratuita de dinheiro? Não e não e não.

Caminhei resoluto, a cabeça erguida, um esboço de sorriso sofrido desenhado nos lábios. Tentei avançar pela livraria lotada, me esgueirando entre os leitores felizes. Eu já sabia quem estava lá, no fundo do salão, sentada a uma mesinha, autografando seu novo livro. Ainda assim, quis ter certeza (ah, o masoquismo dos invejosos). Coloquei os óculos para enxergar à distância e lá estava ela, com seu jeitinho de Virginia Woolf brejeira. Sim, ela, minha querida amiga gaucha (minha e de minha mulher, também fã incondicional e leitora assídua, que me acompanhava ávida e feliz, com seu exemplar devidamente acoplado embaixo do braço).

Minha amiga sorria e tratava de autografar um livro após o outro, sem deixar de tirar fotos e trocar algumas palavras com cada leitor. E então deu-se o milagre: a inveja, aos poucos, foi se transformando em carinho e admiração. O sorriso em meus lábios agora era franco e aberto. Não há escritora mais merecedora do sucesso do que Martha Medeiros, com sua obra consistente e popular, profunda e divertida, sensível e criativa e, acima de tudo, não afetada e nada metida a besta. Malu e eu chegamos às 19 horas na livraria, e orgulhosamente conseguimos nossos autógrafos por volta de meia-noite, os últimos da fila! E para meu espanto, que sempre considerei Martha uma escritora melhor compreendida pelas mulheres, havia ali hordas e hordas de homens. Hum…afinal, quem tem medo de Martha Medeiros?"
Tony Bellotto


segunda-feira, 29 de novembro de 2010


"Nada tenho a ver com nao gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei."

Martha Medeiros

sexta-feira, 26 de novembro de 2010



“Sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro!”

Clarice Lispector

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

É só o amor...

"Ainda que eu falasse a língua dos homens.

E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria..."

Renato Russo

Felicidade

"As pessoas que se comprazem no sofrimento, que gostam de sentir-se infelizes e fazer aos outros infelizes, jamais poderão orgulhar-se de sua beleza. O mau humor, o sentimento de frustração, a amargura marcam a fisionomia, apagam o brilho dos olhos, cavam sulcos na face mais jovem, enfeiam qualquer rosto. Essa é a razão porque a mulher, que cultiva a beleza, deve esforçar-se para ser feliz. Felicidade é estado de alma, é atmosfera, não depende de fatos ou circunstâncias externas.”
Clarice Lispector 

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Lutar em segredo, fechado no quarto, sem que ninguém saiba. Para os outros, mostrar só o melhor de si, a face mais luminosa.”

Caio Fernando Abreu

1º Selo - Prêmio Dardos

Meu blog foi indicado pela amiga blogueira, Jacqueline, em http://palavrasdopoetamf.blogspot.com/ , para receber o Prêmio Dardos. Fico muito feliz em receber o primeiro selo de um blog que gosto muito.  

"O Prêmio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras. Esse selo foi criado com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros; uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web."
Regras:
- Exibir a imagem do Selo no Blog
- Exibir o link do blog que você recebeu a indicação
- Indicar outros (sem número limite) para premiar.
-Avisar os escolhidos

Agora, indico alguns blogs que gosto de ler (palavras do poeta estaria na lista, mas já tem o selo, rs)

Obrigada, Jacqueline!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"E todos os dias ficarei tão alegre que incomodarei os outros, o que pouco me importa, já que eu tantas vezes sou incomodada pela alegria superficial e digestiva dos outros."

Clarice Lispector

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Existencialismo

Sei lá.
Pode ser que eu não tenha tanta verdade como imaginava, sei lá...
Pode ser que amanhã o céu mostre um outro caminho. Pode ser.
Dai

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O bem e o mal estão sempre ao alcance de nossas mãos. Resta a nós optarmos por aquele que melhor se encaixa em nossas consciências.

Daiane Araujo de Lemos

Eu sou a mesma...

“Não importa quanto tempo já se passou: eu sou a mesma, o amor é o mesmo, e há esperança.”
Lya Luft

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Martha Medeiros, sempre!

“Hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar.”

Martha Medeiros

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

"Sabe o que eu quero de verdade? Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma."

Clarice Lispector

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Feira do Livro x Jogo do Grêmio

Gente,
Meu find foi maraaaa. Sábado fui na Feira do Livro, e, claro, comprei o último livro da Martha Medeiros, "Fora de Mim". Não pude ficar até a sessão de autógrafos, mas tenho certeza de que não faltarão oportunidades para isso. Estarei na cola dela...rs. Adivinhem para onde fui logo após?! Ver a massa tricolor sacudir o Olímpico, isso aí... Fui ver meu Grêmio jogar, e muito bem, por sinal. Deu um show a parte contra o Ceará. Final de jogo: 5x1 pro meu tricolor! Fazia muito tempo que não entrava no Olímpico. A sensação continua a mesma: inexplicável.
Tudo azul, céu azul! Agora, lendo Fora de mim.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Janela sobre as ditaduras invisíveis

"A mãe abnegada exerce a ditadura da servidão.
O amigo solícito exerce a ditadura do favor.
A caridade exerce a ditadura da dívida.
A liberdade de mercado permite que você aceite os preços que lhe são impostos.
A liberdade de opinião permite que você escute aqueles que opinam em seu nome.
A liberdade de eleição permite que você escolha o molho com o qual será devorado."

 Eduardo Galeano 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

"Viver é extremamente tolerável, viver ocupa e distrai, viver faz rir.

E me faz rir no meu mistério. O meu misterio é que eu ser apenas um meio, e não um fim, tem-me dado a mais maliciosa das liberdades: não sou boba e aproveito."

Clarice Lispector

"O que é um espelho? é o único material inventado que é natural. Quem olha um espelho, quem consegue vê-lo sem se ver, quem entende que a sua profundidade consiste em ele ser vazio (...) - esse alguém percebeu o seu mistério de coisa."

Clarice Lispector

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

"Não importa que a tenham demolido:

A gente continua morando na velha casa em que nasceu."
 
Mário Quintana
"Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos. Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. (...) porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido."

Lya Luft